segunda-feira, junho 18, 2007

Perturbação III


17 Fev. Encontro em Aveiro

JS exclui casamento gay das suas prioridades

A direcção da Juventude Socialista (JS) definiu hoje os temas prioritários a desenvolver até ao final deste ano, excluindo os casamentos entre homossexuais, bandeira que deverá ficar relegada para os dois últimos anos da legislatura

Em Fevereiro do ano passado, a JS apresentou no parlamento um anteprojecto de legalização dos casamentos entre homossexuais, mas adiou na altura a tentativa de discussão do tema dentro do PS e de agendamento do diploma para depois do referendo sobre o aborto.
Hoje o Secretariado Nacional da organização de juventude do PS, liderada por Pedro Nuno Santos, esteve reunido em Aveiro e, no final do encontro, divulgou um comunicado, referindo que o «emprego e habitação, Europa e ambiente» foram escolhidos como as suas «prioridades a desenvolver até ao final do ano de 2007».
No documento, a JS adianta que não tem ainda «definidos calendários quanto à concretização dos restantes compromissos assumidos no passado», mas que «mantém o acompanhamento das temáticas da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, do combate ao racismo e xenofobia e à discriminação em função do género».
«No contexto da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE)» é «indispensável relançar a discussão em torno da Constituição Europeia e sobre o modelo económico europeu e mobilizar a juventude portuguesa para o debate sobre o futuro da UE», justificaram os jovens socialistas.
«Em matéria de emprego e habitação», outra das «temáticas a abordar no ano de 2007», a JS afirma que pretende «contribuir para a definição das políticas públicas nesta área» e, quanto ao ambiente, disse querer «lançar uma reflexão» sobre «as alterações climáticas e a política de energia».
Em relação à legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, a JS já apresentou publicamente o seu anteprojecto, em Fevereiro de 2006, faltando-lhe apenas entregá-lo na mesa do Parlamento e promover um debate público sobre o tema.
Após a entrega na mesa do parlamento, o agendamento do diploma da JS depende da vontade da direcção do PS, mas os jovens socialistas contam que isso aconteça, pelo menos, quando o BE ou Os Verdes decidirem agendar os seus projectos de legalização dos casamentos entre homossexuais.
Quanto ao referendo sobre o aborto, a JS saudou, no comunicado, «a expressiva vitória da despenalização da interrupção voluntária da gravidez, com 59,25 por cento dos votos expressos».
Os jovens socialistas prometeram «acompanhar o processo de regulamentação em curso, de forma a contribuir para a construção de um diploma claro e responsável, que permita à mulher manifestar a sua vontade, tomando uma decisão esclarecida e ponderada».
A organização liderada por Pedro Nuno Santos considerou contudo que «a reposta afirmativa dada no referendo de dia 11 de Fevereiro representa apenas o primeiro passo para tornar o recurso ao aborto raro» e defendeu uma aposta convicta na «educação sexual e no planeamento familiar».

Lusa / SOL

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